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Em todos esses anos, nessa data, tenho a honra de focalizar sua figura imortal
no Jornal A Razão, abordando sempre vários aspectos dignificantes de sua
prodigiosa personalidade.
Desta vez vou abordar um tema de natureza pessoal, ou seja, enfocar vários
aspectos que se destacaram no relacionamento de minha pessoa com esse
inesquecível presidente de nossa querida Doutrina.
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Na realidade ele não foi meu tio, tendo sido exatamente um pai e mestre
imortal.
Ele pagou os meus estudos desde o Jardim de Infância e o Curso Primário até o
último ano da Universidade do Rio de Janeiro, na Faculdade de Direito.
Nos meus aniversários presenteava-se com um enxoval completo de roupas.
Quando ele percebia que meus ternos estavam ficando surrados, encaminhava-se
para um alfaiate de sua confiança. Além do vestuário me dava também uma mesada
para satisfazer minhas necessidades.
Quando me formei em Direito, em 20 de dezembro de 1956, ele participou o evento
aos diretores da Casa-Chefe, tendo a maioria comparecido à solenidade de
formatura, ocasião em que fui presenteado com um lindo anel de grau, entregue
com muita emoção pela minha tia Maria Cottas, a quem também amo como se fosse a
minha própria mãe.
Posteriormente ofereceu-me uma sala de propriedade do Centro Redentor para o
exercício de minha advocacia.
Em certa ocasião colocou-me como sócio do Real Gabinete Português de Leitura,
cuja vastíssima biblioteca ficou sempre à minha disposição para aumentar
consideravelmente o meu grau de cultura.
Ingressei oficialmente na militância do Racionalismo Cristão em 7 de maio de
1952, com 23 anos de idade, tendo recebido de Antonio Cottas, na ocasião, uma
linda e comovente carta.
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Após o transcurso de mais algum tempo, diversos companheiros me confidenciaram
que ele desejava que eu ocupasse periodicamente a cabeceira da mesa, presidindo
sessões públicas e particulares.
Todavia o tempo transcorria e eu não tinha coragem de assumir esse tipo de
iniciativa.
Eis que, em determinada sessão pública, na sala de formação de correntes, para
surpresa minha, ele bradou em voz forte e enérgica: "Humberto, preside a
sessão".
De imediato, senti calafrios, o suor escorreu-me pelas pernas. Ocupei a
cabeceira, timidamente, e consegui presidir a sessão. Após o término dessa
sessão, ele me cumprimentou com os olhos marejados de lágrimas.
Após isso, passei a presidir sessões regularmente, uma vez por semana, e com o
transcorrer do tempo comecei a exercer esse mister com naturalidade e sem
timidez.
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Meu querido pai e mestre imortal, jamais decepcionarei o teu espírito e tudo
farei para que o teu grande ideal perante a nossa doutrina espiritualista seja
cada vez mais desenvolvido e fortalecido, objetivando, assim, o benefício da
humanidade.
Antônio
Cottas - Pai e mestre imortal
Por Humberto
Machado Rodrigues